quinta-feira, 22 de julho de 2010


Gestão Escolar Democrática, Sim. Porém Com Compromisso!
A forma de administração da grande maioria das escolas são administrações tipicamente públicas, principalmente, no que se refere ao compromisso profissional. Todos os servidores trabalham somente a carga horária do plano de carreira.  É mais fácil encontrar servidores que trabalham menos, de que mais. Têm alguns deles que esperam para tocar o sinal em pé na porta de saída. A prática pedagógica também não foge à regra. Não há compromisso com o saber do aluno, mas sim com o cumprimento burocrático da rotina escolar, tipo diários, registro de conteúdos e notas.
Há alguns anos trabalhei em uma escola que um mês antes do final do ano letivo, já tinha professores com o diário pronto, inclusive, com a lista de aprovados e reprovados. Imagine, qual foi à oportunidade/crédito que esse professor deu ao aluno em respeito ao seu tempo escolar.
Penso que a qualidade de ensino de  qualquer escola melhorará consideravelmente, se for administrada mais profissionalmente, adotando a relação patrão/empregado. Hoje em dia, o que se vê é concurseiro querendo uma vaga em emprego público, nesse caso é bem emprego mesmo e bem menos trabalho, pois a grande maioria só quer sombra e água fresca. É por isso, que a educação vai tão mal. Quero deixar claro que não sou contra Gestão Democrática, muito pelo contrário, sou sindicalista/petista e apaixonada por liberdade, porém, liberdade não é sinônimo de bagunça, farra.

Os profissionais da educação precisam enxergar, se responsabilizar e se envergonhar dos índices que ocupamos no item qualidade de ensino. Precisamos assumir esses resultados como nossos produtos. Afinal, os resultados dos vestibulares, do ENEN, da Prova Brasil, do Pisa e tantos outros, são nossos. Não é possível um professor passar 200 dias letivos com um aluno e não conseguir ensiná-lo ler, não conseguir fazer uma diferença positiva em sua vida. Não conseguir incluí-lo em uma sociedade que pouco faz para ajudá-lo subir as difíceis escadas do mundo letrado, da universidade. Nessa peneira fina, conforme diz meu velho pai, que é garimpeiro e é dono de uma rara sabedoria, “só fica diamante puro, verdadeiro”. E ser diamante  na atual sociedade excludente, não é para qualquer um.
Obviamente, que muitos outros fatores fazem parte dessas estatísticas, desde a família, o Estado, até a injusta distribuição de renda. Entretanto, nós, docentes, precisamos assumir a parte que nos toca nesse latifúndio.
Só existe uma diferença bem grande para não dar certo numa empresa – escola em relação à administração pública e, que eu, particularmente não aceitaria. É a relação patrão empregado na questão direito de greve. Na iniciativa privada funcionário que não está satisfeito com questões salariais e/ou de plano de carreira em uma administração empresarial, se reivindicar melhorias e o patrão não puder oferecer, não tem reclamação por parte do empregado e se houver com certeza a resposta do empregador será dizer que lá fora há uma grande fila de candidatos à espera de uma vaga. Enquanto que na administração pública o empregado faz sua reivindicação com direito à greve, garantida constitucionalmente. E desse direito não podemos abrir mão. Porém, nem por isso vamos deixar de cumprir com nossas obrigações. Ou então, com que moral, faremos greve?
Portanto, para a educação dar certo não é preciso fazer nenhuma receita mirabolante. Basta cada um assumir sua culpa e, se não der para corrigi-la, e só começar tudo de novo, mais agora pra valer! Com compromisso, responsabilidade, ética, democracia, inclusão social e acima de tudo respeito aos filhos desta pátria, os quais em sua grande maioria são procedentes de famílias desestruturadas, semi-analfabetos e de baixa ou nenhuma renda.
Profª Coraci Machado

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